“Eles me levaram para uma sala com pouca luz. Eu estava há
três dias sem dormir direito depois de que me levaram para aquela prisão em
Jakarta. Tiraram a minha roupa e me sentaram em uma cadeira de ferro no meio de
um chão com água. Ali colocaram fios de eletricidade nos pés da cadeira e cada
vez que me faziam uma pergunta, davam choque elétrico em mim. Eu berrei muito,
mas não disse nada que eles queriam. Depois eles botaram os pés de outra
cadeira em cima dos meus pés e sentaram em cima. Continuaram as perguntas, mas
não respondi. Naquela altura eu já
estava muito cansado e ferido. Então eles colocaram um ferro que estava muito
aquecido e vermelho como fogo em minhas costas, bem aqui, professor (virou-se e
mostrou-me as marcas de queimaduras). Mas eu não respondi nada, professor.
Porque se queremos ser resistentes aos dominadores e defender o nosso povo, não
podemos ser fracos... não podemos desistir... precisamos merecer a confiança de
nosso povo e lutar até o fim. Eu não precisei morrer, mas alguns colegas
morreram... muitos morreram, para que Timor-Leste existisse hoje.”
(Este homem é professor de Direitos Humanos em duas
universidades timorenses além de conduzir uma instituição que auxilia os jovens
timorenses quanto à escola e o trabalho informal)
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