“Eu só pude ir para os estudos depois de 2002, quando chegou
a Independência. Então, àquela altura, fiz meus estudos secundários e estudei
minha Licenciatura no Liceu de Díli. Trabalho na escola primária e secundária
ensinando os direitos humanos, a língua tétum e a moral e a cidadania. E hoje,
professor, depois de tanto sacrifício, consegui ser um professor da
Universidade! É com muita alegria que consegui chegar nessa posição importante.
Ainda não tive condições para fazer o curso de Mestrado, mas vou fazer um dia.
É uma vontade minha, como um sonho, poder estudar mais para ajudar os jovens de
Timor-Leste. Mas, professor, ainda não sei usar o computador. Será que o senhor
poderia me ensinar? Eu posso ir à sua casa, aos sábados, e o senhor me dá umas
aulas para eu poder progredir usando o computador. Pode, professor?”
(Assim comecei a dar aulas de “informática” a um professor
timorense nas tardes de sábado. Na primeira aula, ele trouxe-me um presente: um
“tais”, que é um tecido típico cheio de histórias e encantos. Desde o pedido,
passando pelo presente ganho, até a escrita desse relato, tenho os olhos rasos
d´água. A simplicidade da vida diante da mediocridade humana tem me trazido
grandes lições. Gratidão sempre!)
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